Condições climáticas e consequências para a cultura do milho na safrinha mato-grossense em 2024
Estudos indicam os impactos da temperatura e chuva, em 2024, na produção na região da BR-163, no Mato Grosso (Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde)
Estudos indicam os impactos da temperatura e chuva, em 2024, na produção na região da BR-163, no Mato Grosso (Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde)
Em 2024, o milho cultivado na Safrinha Brasileira, também conhecida como 2ª Safra, ocupou uma área de 16,15 milhões de hectares, segundo estimativa da Conab, em junho. A produtividade média foi de 90,91 sacas por hectare. Na região Centro-Oeste, que abrange os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal, foram plantados 10,59 milhões de hectares. Mato Grosso lidera como o estado com a maior área de milho plantado na 2ª Safra do Brasil, com 6,95 milhões de hectares cultivados e uma produtividade estimada em 107,2 sacas por hectare.
A safrinha mato-grossense de 2024 enfrentou diversos desafios desde o plantio. Na região do médio-norte do Mato Grosso, especialmente ao longo da BR-163, os plantios realizados em janeiro ocorreram sob condições de muita chuva e prolongados períodos de baixa luminosidade. Ao analisarmos os dados climáticos da região, o fator que mais chamou a atenção foram as temperaturas, tanto máximas quanto mínimas.
Para representar a região norte, utilizamos Sinop como base, coletando dados de cinco estações meteorológicas situadas em um raio de 80 quilômetros de Sinop (figura 1). Os dados levantados estão apresentados na figura 2. No período analisado, de 1º de janeiro a 12 de junho, observamos uma diferença significativa nas temperaturas máximas entre os anos de 2023 e 2024, com a média das máximas sendo 3,3 °C maior em 2024. Os dias foram consideravelmente mais quentes em comparação com a safra de 2023. A diferença observada nas temperaturas mínimas foi de 1,2 °C, um impacto menor do que o das máximas, mas ainda assim indica que as noites também foram mais quentes do que no ano anterior.
Os dados de precipitação mostram um acumulado de 1.010,9 milímetros para 2023 e 616,7 milímetros para o mesmo período de 2024. Tão importante quanto o volume total de chuvas é a sua distribuição ao longo do período, conforme indicado na figura 3. Em 2024, não foram enfrentados longos períodos sem precipitação; no entanto, o período chuvoso se encerrou em meados de abril, impactando o desenvolvimento das lavouras.
Figura 1: Localização das estações climáticas usadas nas análises da região de Sinop-MT | Fonte: site Location Weather History 1.9.04 (corteva.com)
Figura 2: Comparativo das temperaturas máximas e mínimas entre os anos de 2023 e 2024, no período de 1º de janeiro a 12 de junho dos respectivos anos, na Região de Sinop-MT | Fonte: site Location Weather History 1.9.04 (corteva.com)
Figura 3: Comparativo da precipitação pluviométrica entre os anos de 2023 e 2024, no período de 1º de janeiro a 12 de junho dos respectivos anos, na região de Sinop-MT | Fonte: Site Location Weather History 1.9.04 (corteva.com)
Para a região de Sorriso-MT, foi realizada a mesma análise climática. Coletamos dados de nove estações meteorológicas localizadas em um raio de 80 quilômetros ao redor de Sorriso (figura 4). A figura 5 apresenta um comparativo das temperaturas máximas e mínimas entre 1º de janeiro e 12 de junho dos anos de 2023 e 2024. A diferença nas temperaturas máximas foi de 0,9 °C a mais em 2024, indicando dias mais quentes em comparação com a safra de 2023. As temperaturas mínimas apresentaram uma diferença de 0,7 °C, mostrando que as noites também foram mais quentes em 2024.
Quanto à precipitação, o acumulado no período analisado foi de 1.105,1 milímetros em 2023 e de 1.228,8 milímetros em 2024, com a distribuição dos volumes de chuva e dias de precipitação detalhados na figura 6.
Figura 4: Localização das estações climáticas usadas nas análises da região de Sorriso-MT | Fonte: Site Location Weather History 1.9.04 (corteva.com)
Figura 5: Comparativo das temperaturas máximas e mínimas entre os anos de 2023 e 2024, no período de 1º de janeiro a 12 de junho dos respectivos anos, na região de Sorriso-MT | Fonte: Site Location Weather Hisory 1.9.04 (corteva.com)
Figura 6: Comparativo da precipitação pluviométrica entre os anos de 2023 e 2024, no período de 1º de janeiro a 12 de junho dos respectivos anos, na região de Sorriso-MT | Fonte: Site Location Weather History 1.9.04 (corteva.com)
O principal objetivo da análise climática é compreender os impactos dessas condições no desenvolvimento e no potencial produtivo da cultura do milho, assim como na incidência e severidade de patógenos foliares, de colmo e de grãos.
De acordo com a Embrapa, temperaturas de solo entre 25 e 30 °C são ideais para a emergência das plântulas de milho. Temperaturas extremas, superiores a 40 °C ou inferiores a 10 °C, podem afetar negativamente a germinação e a emergência das plântulas. Durante o desenvolvimento vegetativo, a faixa ideal de temperatura varia de 24 a 30 °C. Já na fase inicial reprodutiva, especialmente durante a polinização, condições climáticas extremas, como altas temperaturas (acima de 33 °C), comprometem a longevidade e a germinação do grão de pólen. A combinação de altas temperaturas e baixa umidade do ar durante a polinização pode resultar em grandes prejuízos na fecundação dos óvulos, reduzindo o número de grãos por espiga.
Estudos apontam limites de temperatura específicos para o milho: a mínima absoluta é 10 °C; a mínima ótima é 18 °C; a máxima ótima é 33 °C; e a máxima absoluta é 47 °C. Dessa forma, a faixa de temperatura ideal para o desenvolvimento da planta de milho situa-se entre 18 e 33 °C, conforme indicado pelas linhas horizontais vermelhas nas figuras 2 e 5.
Ao analisarmos os dados de temperatura das figuras 2 e 5, observamos que a temperatura máxima diária durante a safrinha de 2024 excedeu significativamente a “máxima ótima”. Na região de Sorriso, houve 60 dias em que as temperaturas máximas superaram os 33 °C, com uma média de 0,98 °C acima do ideal. No mesmo período de 2023, registraram-se 18 dias com temperaturas máximas acima dos 33 °C, apresentando uma diferença média de 0,63 °C.
Na região de Sinop, o impacto climático foi ainda mais intenso: em 2024, ocorreram 111 dias com temperaturas máximas superiores a 33 °C, em média 2,21 °C acima. Em contraste, as condições de 2023 foram mais favoráveis, com apenas 5 dias de temperaturas máximas acima de 33 °C, e uma diferença média de 0,56 °C, representando baixo impacto no crescimento e produtividade do milho.
Apesar do impacto negativo do clima e da expectativa de redução na produtividade nas lavouras de safrinha de milho mato-grossenses, os dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apontam apenas uma leve redução. A produtividade da safrinha de milho 2024 ficou apenas 1,42% menor em comparação com a safrinha de milho de 2023. O resultado, em grande parte, se deve ao plantio dentro da janela preferencial, em cerca de 90% das lavouras.
Outro fator preocupante durante a produção foi a alta incidência de podridão de espigas em várias regiões, resultando em grãos avariados. Os principais agentes causadores são os fungos Fusarium verticillioides e Stenocarpella maydis, que geram perdas quantitativas e qualitativas significativas.
A expressão da doença é influenciada pela combinação de fatores bióticos e abióticos. Cultivares suscetíveis, alta densidade de plantio, danos por insetos e deficiências nutricionais aumentam a vulnerabilidade do milho à infecção. Além disso, a interação entre F. verticillioides e S. maydis pode intensificar a severidade da doença. Grãos infectados apresentam redução no peso, perda de viabilidade e contaminação por micotoxinas, toxinas produzidas pelos fungos, que representam um risco à saúde na alimentação animal e humana.
Condições climáticas específicas favorecem o desenvolvimento desses fungos: temperaturas elevadas e altas amplitudes térmicas durante a fase de floração e enchimento dos grãos, juntamente com alta umidade relativa e precipitações durante o período de maturação. Esses fatores facilitam a germinação dos esporos e a penetração nos tecidos da planta. Ventos fortes também podem disseminar esporos, aumentando a incidência da doença.
A presença de restos culturais contaminados pode servir como fonte de inóculo para novas infecções, aumentando o risco de surtos de doenças. A escolha de híbridos com menor resistência contribui para a maior vulnerabilidade das lavouras. Além disso, a alta densidade de plantas cria um microclima úmido, ideal para o desenvolvimento de fungos, enquanto lesões nas plantas facilitam a entrada desses patógenos.
As espécies de Fusarium são adaptadas a uma ampla faixa de temperaturas, com desenvolvimento mais acelerado em condições moderadas a altas (25 a 30 °C). Embora temperaturas mais baixas possam retardar o crescimento, não impedem totalmente o avanço do fungo. Alta umidade relativa e períodos prolongados de molhamento foliar são condições ideais para a germinação dos esporos e penetração nos tecidos da planta. Neste sentido, a presença de água livre na superfície das plantas é crucial para a infecção.
Assim como Fusarium spp., Stenocarpella spp. também se desenvolvem bem em uma ampla gama de temperaturas, com temperaturas mais altas favorecendo seu crescimento e esporulação. Esse fungo cresce em alta umidade relativa e períodos prolongados de molhamento foliar, mas tem uma maior tolerância à seca comparado ao Fusarium spp.
Desde 2015, as safras na região médio-norte de Mato Grosso têm registrado alta incidência de podridão de espigas, especialmente em anos com condições climáticas adversas. Anos como 2015, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2024 se destacaram por uma maior severidade do problema, principalmente devido ao volume elevado de chuvas durante os períodos críticos de sensibilidade das plantas, favorecendo especialmente as espécies de Fusarium.
Na safrinha de 2024, Fusarium spp. e Stenocarpella spp. foram identificados como os principais causadores de grãos ardidos na região, com destaque para Fusarium spp. Em ensaios de híbridos conduzidos pela estação de pesquisa da Fundação Rio Verde, em Lucas do Rio Verde-MT, foram observadas variações significativas na quantidade de grãos avariados entre os diferentes híbridos de milho (figura 7). A safra de 2019 apresentou a maior média de grãos danificados (11,5), enquanto a safra de 2022 registrou a menor média (2,3).
Comparando as safras de 2020 e 2023, conforme mostram as figuras 8 e 9, observa-se que 2020 teve uma média de temperatura de 25,1 °C e precipitação de 1.080 milímetros, sendo 0,9 °C mais quente e 198 milímetros mais seca em relação à 2023, que registrou uma temperatura média de 24,2 °C e precipitação de 1.278 milímetros. Essas diferenças climáticas influenciam diretamente na incidência de doenças e na qualidade dos grãos colhidos.
Figura 7: Média de grãos avariados em 45 híbridos de milho nos anos 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024 | Fonte: Fundação Rio Verde, Lucas do Rio Verde-MT, 2024
Figura 8: Temperaturas médias, máximas e mínimas nos anos de 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024 | Fonte: Fundação Rio Verde, Lucas do Rio Verde-MT, 2024
Figura 9: Precipitação acumulada de 1º de janeiro a 10 de julho nos anos de 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024 | Fonte: Fundação Rio Verde, Lucas do Rio Verde-MT, 2024
Como mencionado, os patógenos Fusarium spp. e Stenocarpella spp. têm a capacidade de se desenvolver em uma ampla faixa de temperatura, sendo que Stenocarpella spp. é particularmente tolerante a períodos mais longos de seca em comparação com Fusarium spp. Esses padrões são confirmados pelas análises de patologias realizadas pela Clínica de Plantas da Fundação Rio Verde. Em 2020, uma safra mais seca, a incidência de Stenocarpella spp. foi 39,9% maior do que em 2023, que foi uma safra mais chuvosa. Em contraste, a incidência de Fusarium spp. dobrou de 42,6% em 2020 para 89,0% em 2023.
De acordo com Gupta et al. (2010), testes in vitro indicam que o crescimento micelial de Fusarium spp. é otimizado a 28 °C, enquanto a esporulação é mais intensa a 34 °C.
Figura 10: Porcentagem de patógenos associados a grãos com sintomas de ardidos nos anos de 2020 e 2023 | Fonte: Fundação Rio Verde, Lucas do Rio Verde-MT, 2024
Nos levantamentos de amostras de milho realizadas pela Clínica de Plantas da Fundação Rio Verde para as safras de 2023 e 2024 (figura 11), Fusarium spp. foi predominante em ambas as safras, com uma incidência 0,8% maior em 2023 em comparação a 2024. A análise das espécies de Stenocarpella (S. maydis e S. macrospora) revelou uma incidência de 6,7% em 2023 e 7,7% em 2024, indicando um aumento de 1,0% na presença deste gênero de uma safra mais úmida (2023) para uma safra mais seca (2024).
Figura 11: Patógenos associados a amostras de plantas e grãos da cultura do milho recebidos pela Clínica de plantas nos anos de 2023 e 2024 | Fonte: Fundação Rio Verde, Lucas do Rio Verde-MT, 2024
Em uma análise comparativa realizada pela Fundação Rio Verde em 2020, observou-se que a perda de proteína em grãos ardidos de milho foi de 0,75 gramas em relação aos grãos sadios.
Stenocarpella spp. são fungos necrotróficos e apresentam fase saprofítica, sobrevivendo em restos culturais de milho. Eles formam picnídios, que produzem e liberam cirros de conídios, sendo esses os principais agentes de inóculo primário para infecções causadas por esse fitopatógeno (Casa; Reis; Zambolin, 2006).
De acordo com o estudo de Casa, Reis e Zambolin (2006), a faixa térmica ideal para o desenvolvimento de S. maydis e S. macrospora é entre 30 e 35 °C sob luz contínua. Este ambiente favorece maior liberação de cirros, indicando que períodos prolongados de luminosidade são benéficos para a sobrevivência e proliferação desses fungos.
Analisando os dados meteorológicos da estação da Fundação Rio Verde em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, e comparando as safras de 2023 e 2024, observou-se um aumento significativo em diversos parâmetros climáticos. Em 2024, a radiação solar acumulada foi 142,3 graus-dias (GDU) superior à registrada em 2023, o que indica uma maior disponibilidade de energia solar para a fotossíntese e o crescimento das plantas. Além disso, a safra de 2024 apresentou 33 dias a mais com temperaturas superiores a 32 °C em comparação com o ano anterior. Esse aumento no número de dias com altas temperaturas pode ter implicações importantes para o desenvolvimento das culturas, afetando processos críticos como a polinização e o enchimento dos grãos, e contribuindo para estresses térmicos que impactam tanto a produtividade quanto a qualidade dos grãos.
As condições climáticas em 2024, caracterizadas por maior radiação solar, mais dias com temperaturas acima de 32 °C e menor precipitação, criaram um ambiente propício para o desenvolvimento de Stenocarpella spp. Esse cenário resultou em um aumento da incidência desse patógeno em comparação com 2023. Apesar desse incremento, o Fusarium continuou a exercer uma alta pressão sobre a cultura do milho. Além disso, as condições ambientais da região médio-norte de Mato Grosso, onde a entressafra é quente, seca e com elevada radiação solar, podem estar favorecendo o aumento contínuo do inóculo de Stenocarpella spp. a cada safra, pois essas condições são ideais para a formação de estruturas reprodutivas nos restos culturais.
Figura 12: Precipitação (mm), temperatura média (°C) e radiação solar (MJ/w².dia) registradas pela estação meteorológica da estação experimental da Fundação Rio Verde, localizada em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, no período de 1º de janeiro a 10 de julho de 2023. GDU: 2.869,3; Precipitação acumulada: 1.278,2 mm. Dias com temperatura acima de 32 °C: 71.
Figura 13: Precipitação (mm), temperatura média (°C) e radiação solar (MJ/w².dia) registradas pela estação meteorológica da estação experimental da Fundação Rio Verde, localizada em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, no período de 1º de janeiro a 10 de julho de 2024. GDU: 3.011,6; Precipitação acumulada: 1.108,2 mm. Dias com temperatura acima de 32 °C: 104.
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Autores:
Alcides Gremes Ita, Agrônomo de Campo da Pioneer Sementes, face norte da BR-163 - MT
Luana Maria de Rossi Belufi, Engenheira Agrônoma Mestre, Pesquisadora de Fitopatologia na Fundação Rio Verde
Isabela Ulsenheimer, Engenheira Agrônoma Mestre, Pesquisadora de Fitopatologia na Fundação Rio Verde
Referências bibliográficas
CASA, Ricardo T.; REIS, Erlei M.; ZAMBOLIM, Laércio. Doenças do milho causadas por fungos do gênero Stenocarpella. Fitopatologia Brasileira, v. 31, p. 427-439, 2006.
GUPTA, Vijai; MISRA, Ashok; GAUR, Rajarshi. Características de crescimento de Fusarium spp. causando doença de murcha em Psidium guajava L. na Índia. Journal of Plant Protection Research, 2010.
GUPTA, Vijai Kumar; MISRA, Ashok Kumar; GAUR, Rajarshi Kumar. Growth characteristics of Fusarium spp. causing wilt disease in Psidium Guajava L. in India. Journal of Plant Protection Research, vol. 50, n. 4, 2010.
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